Especialista explica que a causa principal é AVC e outros problemas que podem ser tratados e até curados com tratamento cirúrgico
A afasia é uma condição que afeta a capacidade de uma pessoa para compreender e se comunicar através da fala e da escrita causado por danos no cérebro, como acidente vascular cerebral (AVC), tumor cerebral, acidentes, como pancada na cabeça, ou infecções cerebrais, por exemplo, e pode ocorrer na infância ou na idade adulta.
O problema teve, ultimamente, mais atenção depois do diagnóstico de demência frontotemporal de Bruce Willis. A afasia foi um dos primeiros sinais para que o ator fosse diagnosticado com a doença. A condição pode ter diversas causas, e é característica de demências, como Alzheimer, mas tem outras causas que são tratáveis e até curáveis.
Casos como o de Emilia Clarke, atriz conhecida por seu protagonismo em Game Of Thrones, teve dois aneurismas durante o período das gravações, entre 2011 e 2013. Ela passou por uma cirurgia após o AVC e duas semanas depois apresentou um quadro temporário de afasia. Em 2013, ela passou por uma cirurgia para retirar um aneurisma que tinha riscos de estourar.
O neurocirurgião Orlando Maia, explica: “A afasia pode ser causada por condições que afetem a área da fala, responsável pela comunicação. Por isso, em casos como aneurismas que estão prestes a estourar e AVC, é muito importante identificar precocemente e diminuir o tempo de socorro”. O médico completa “ Em casos de demência, o quadro pode progredir, mas é possível realizar terapias que desaceleram ou façam com que a pessoa melhore a comunicação. Já, em muitas situações de AVC, a afasia é temporária. Não existe certeza que o paciente possa voltar ao que era antes, mas ele pode melhorar gradativamente com exercícios terapeuticos”.
A principal causa da condição que afeta a fala e a comunicação é o acidente vascular cerebral (AVC). Conhecido, também, como derrame, ele é muito frequente, sendo a segunda maior causa de morte no mundo. Em 2020, dados do SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde – DATASUS, registraram 99.010 mortes por AVC.
Causas da Condição
A afasia pode ser causada por uma variedade de fatores, como: acidente vascular cerebral (AVC): “Um dos principais desencadeadores da afasia é o AVC, que ocorre quando o fornecimento de sangue ao cérebro é interrompido devido a um coágulo ou ruptura de um vaso sanguíneo. Isso pode danificar as áreas do cérebro responsáveis pela linguagem”, esclarece Dr. Orlando
Apesar do AVC ser a causa mais comum, existem outros motivos para desenvolver o problema, como: traumatismo cranioencefálico (TCE): “Lesões na cabeça, como quedas ou acidentes de trânsito, podem danificar o cérebro. A gravidade da afasia pode variar dependendo da extensão do dano cerebral”, completa o médico; tumores cerebrais: “tumores no cérebro podem pressionar áreas responsáveis pela linguagem, resultando em afasia”, acrescenta o especialista. Além disso, doenças neurodegenerativas também podem causar afasia: “Doenças como Alzheimer e Parkinson podem afetar a capacidade de comunicação de uma pessoa”, completa Dr. Orlando.
O médico explica que existem diferentes tipos de afasia que cada uma apresenta suas limitações: “A afasia é caracterizada, principalmente, por uma alteração na região do cérebro, responsável pela comunicação. O paciente pode omitir ou inverter palavras, formar frases que não fazem sentido, ou até mesmo não conseguir mais se comunicar, esse é o caso mais grave da afasia. O tratamento pode ajudar o paciente a encontrar formas de se comunicar melhor”.
Possíveis Tratamentos
O tratamento da afasia depende da causa e da gravidade da condição e pode incluir terapia de fala e linguagem, reabilitação neurológica e medicamentos. “Mas em quase todos os casos de afasia que não tenha ligação com demências, o tratamento principal é a cirurgia, seja em casos de acidente com pancada na cabeça, AVC ou tumor cerebral”, ressalta o neurocirurgião Orlando Maia.
O especialista enfatiza que a abordagem personalizada é muito importante para o tratamento da afasia, pois, é adaptada às necessidades e circunstâncias individuais de cada paciente. “Frequentemente, após o tratamento cirúrgico, o paciente também vai precisar de terapia com fonoaudiólogo para melhorar a linguagem e comunicação, e reabilitação neurológica para restaurar as funções perdidas”, explica Maia.