Vivemos em um mundo conturbado e veloz. As pessoas buscam desesperadamente resolução imediata daquilo que se considera problema e nessa batida frenética, nem sempre encontram outras pessoas dispostas a ajudar, ouvir, conversar. O tempo já não é mais suficiente pois em um mundo informatizado a internet dita as regras do jogo. Então, o isolamento, mesmo quando acompanhados faz parte do cotidiano. E quando essa é a questão, stress, ansiedade, angústia e depressão são expressões utilizadas pelos profissionais de saúde nos atendimentos nas emergências onde essas pessoas chegam na condição de pacientes. São sintomas que se não tratados podem levar ao suicídio. Você conhece alguém nessa condição? Você está nessa condição? Se há uma desconfiança, é importante que se converse diretamente com a pessoa que está sofrendo. Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. Procurar saber como a pessoa está, o que tem feito ultimamente, como está se sentindo. O foco da conversa deve ser o outro, portanto, não é recomendável: falar muito sobre si mesmo, oferecer soluções simples para os problemas que a pessoa relatar e desmerecer o que ela sente. Essa conversa pode obter melhores resultados se for feita em um lugar tranquilo, sem pressa, respeitando o tempo da pessoa para se abrir. A escuta ativa deve sempre estar presente nesses diálogos. Uma escuta ativa consiste em realmente ouvir e compreender o que o outro diz, não apenas esperar uma pausa para poder respondê-lo. Isso não significa, no entanto, deixar a pessoa falando sozinha. Algumas pontuações que podem ser feitas consistem em: fazer perguntas abertas; fazer um breve resumo do que a pessoa falou, de tempos em tempos, para que ela saiba que você está atento ao que ela diz; retornar a algum ponto que não tenha ficado claro e tentar, ao máximo, escutá-la sem julgamentos. Oferecer suporte emocional e informar sobre a ajuda profissional, bem como se mostrar à disposição, caso ela queira conversar novamente, são pontos importantes. Se a pessoa falar claramente sobre os seus planos de se matar e parece estar decidida quanto a isso, é primordial que ela não seja deixada sozinha. Podem ser contatados os serviços de saúde mental e familiares/amigos da pessoa. Pode ser necessário que ela fique em um ambiente seguro, sendo auxiliada por um profissional. A Rádio Bicuda FM tem um papel importantíssimo junto aos seus ouvintes de levar informação segura e de qualidade enquanto serviço de utilidade pública. E através de sua programação de 24 horas, bem como do PROGRAMA BICUDA PLURAL oferece esse serviço de apoio cidadão. A relevância da campanha é justificada pelos números: o suicídio é a quarta causa de morte entre jovens brasileiros de 15 a 29 anos. A nível mundial, a situação não melhora — a OMS aponta o suicídio como a segunda maior causa de morte entre jovens. São cerca de 800 mil vidas perdidas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Isso significa mais mortes provocadas por suicídio do que por HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios. No Brasil, são aproximadamente 14 mil casos por ano. A pasta federal aponta ainda que as maiores vítimas são homens — 12,6% em média a cada 100 mil brasileiros, enquanto 5,4% das mulheres seguem o mesmo caminho a cada 100 mil brasileiras.
Sônia Borges