A importância da Psicologia Preventiva-Tarefa prioritária: Conhecermos o estranho dentro de nós

Capítulo I

Nascemos estranhos dentro de nós mesmos. E certamente uma parte fundamental para o sucesso da nossa missão (qualquer que ela seja) no trajeto da vida, seja nos conhecermos e nos reconhecermos – isto quer dizer autoconhecimento. Por um lado, encanta-me ouvir o autoconhecimento tomar todos os ares, todas as redes sociais, todos os lugares da nossa preciosa e ainda mal amada terra por grande parte da humanidade tão egoísta e tão ignorante.

Por outro, preocupa-me a superficialidade dos conteúdos e das falas que propõem soluções rápidas para as dores e sofrimentos humanos, muitas vezes tentando degradar conhecimentos adquiridos durante longa prática e estudo sério do comportamento e pensamento humanos no âmbito da Psicologia e da Psicanálise.

Ser mesmo um Ser Humano é tarefa evolutiva, processual, desafiadora e diária, desde o primeiro vagido ao nascer. É preciso compreender que a capacidade de pensar, raciocinar,de falar e de
modificar conscientemente o mundo nos coloca em um nível superior aos animais, porém a toxidade das relações humanas no âmbito pessoal e social propõe uma questão que precisamos enfrentar, reconhecer e responder com a brevidade necessária ao bem estar de todos que vivemos em sociedade, eis a questão: ter um corpo humano basta pra sermos
considerados realmente um ser humano?

O caos atual que assola o planeta é como se a “Caixa de Pandora” fora aberta agora, as maldades, as perversões, a barbárie e o vazio existencial andam a solta por todos os cantos do mundo com a rapidez do “ mundo info” que tanto propõe vida quanto mata a vida , mata o amor, revelando em nós uma perigosa animalidade. Em contrapartida e, concomitantemente, uma oportunidade compulsória se nos oferece, que é a de rasgarmos o nosso demorado e intocado “Véu de
Isis”, desencapsulando o Ser que nós somos e mantemos estranho dentro de nós.

Bebê humano tão frágil, tão tocante e tão dependente em comparação com o reino animal, tem na construção da sua pele o tecido do marcante cuidado materno, e se há a ausência deste cuidado no inicio da vida, nos primeiros meses e anos de vida, o bebê terá uma pele esburacada, portanto terá um Eu esburacado e será um trânsfuga abdicando inconscientemente de seu direito de ser feliz, mergulhando em dores e sofrimentos que torturam seu corpo e sua mente.

Por Firmino Luz.

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