Por: Mingos Lobo
Dr Zaqueu Teixeira que foi Secretário de segurança e delegado de polícia fala que da ótica de como se enxerga a segurança do Rio de Janeiro que deve ser humanizada gerando recursos para empregabilidade e educação .
Minha vivência na área de segurança pública, seja como Delegado, Chefe da Polícia Civil ou como parlamentar, sempre passou por um olhar humanizado, focado nas pessoas que existem atrás das fardas e suas necessidades, assim como nas milhares de famílias que vivem em comunidades acuadas em seus lares, muitas vezes sem o direito Constitucional de ir e vir, vivendo situações comparáveis aos campos de guerra.
Apesar da taxa de mortalidade em intervenções policiais ter caído 5% em 2021, ainda precisamos melhorar muito esse percentual. Os mortos civis em sua maioria são homens e jovens. Mais de 43% têm entre 18 e 24 anos, e 99% são homens. Oito em cada dez vítimas fatais de intervenções policiais são negros.
Enquanto tratarmos a segurança apenas como estatística continuaremos tendo perdas dos dois lados. É preciso empregar a inteligência e a tecnologia a favor da preservação de vidas humanas, assim como investir pesado em treinamento e qualificação profissional para que as incursões policiais sejam o menos letal possível. Dessa forma, teremos uma população com seus direitos básicos respeitados, voltando a ter dignidade e orgulho de viver nesse Estado.