Por: Sonia Borges
A dependência emocional acontece quando um dos parceiros tem dificuldade de se colocar de forma independente e acaba por se apegar ao outro de forma intensa, vendo no outro o seu porto seguro, seu norte ou sua tábua de salvação.
Em uma relação onde exista dependência emocional existe um cuidado excessivo com o parceiro como, por exemplo: o que ele está fazendo, com quem está e sentimentos de ciúmes intensos acompanhados de medo de ser abandonado por algo que supostamente tenha feito que possa levar o parceiro a te trair ou querer te deixar. Tudo isso leva a uma autoestima comprometida e a pessoa deixa de cuidar de si para olhar para o que o outro precisa ou quer.
Também existe uma idealização ou busca intensa de que o parceiro supra as necessidades, onde o parceiro vai ser a fonte de alegria da outra pessoa. Carinho, atenção quando não supridos levam novamente ao ciúme e medo de perder o parceiro.
Outras vezes as emoções do dependente são abafadas para evitar conflitos e o que o parceiro pensa pode ser mais importante do que ele próprio é. Não existe defesa de opinião para o dependente emocional ou direito ao contraditório, afinal, isso pode colocar em risco o amor que o outro tem por ele.
Dificuldade de tomar decisões sozinho, se deixar em segundo plano, incapacidade de se sentir bem sozinho, dificuldade de dizer não e baixa autoestima são algumas características do dependente emocional. Pode ser aquela pessoa que quer ser sempre boazinha, não quer dar trabalho, não quer incomodar e sempre permanece quieta e comportada.
Tem a sensação de que se der trabalho não será amada e sempre está culpada pelo problema e dificuldade na vida do outro. São críticos consigo mesmos e buscam um reconhecimento por seus feitos para que os outros possam validar suas conquistas e com isso sinta-se útil. São pessoas que acabam fazendo papel de pai e mãe dos outros, do marido, do pai, da mãe, dos colegas, do irmão. Afinal, quem ama cuida.
Mas e o autocuidado, como fica? O tratamento começa por entender e aceitar que está numa relação onde é dependente emocional e se permita olhar para as suas necessidades também. Se puder, faça terapia!
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